sábado, 27 de dezembro de 2008

Arte, Ecologia e Espiritualidade em um dos maiores festivais da America-Latina

Por: Samir Raoni

Festival fora do tempo: edição 2008
"Em meditação profunda é possível desfazermos o feitiço do tempo e então percebemos que não há mais bom e mau, tudo é perfeito..."
O Festival Fora do Tempo é parte de um movimento global que atua de forma consciente para a expansão da consciência humana e para a cura do planeta. Utilizamos as artes, a meditação e a convivência direta com a natureza como instrumentos de purificação do nosso ser e como forma de conexão à nossa essência espiritual divina. Acreditamos que a cura planetária será conseqüência da nossa transformação interna, e por isso trabalhamos para gerar nas pessoas a percepção da unidade por trás de toda aparente separação.
Nossa intenção é criar um caldeirão de interações entre pessoas sintonizadas com valores elevados para que, vendo-se refletido no outro, cada um possa tornar mais forte sua luz interna. Queremos resgatar o verdadeiro sentido da música Trance, transformando a pista de dança em um legítimo ritual de re-ligação espiritual. Todas as atividades do evento são cuidadosamente planejadas para que nos conectemos com nossa espontaneidade, pois é esse o caminho para a meditação.
Programação Cultural
Dia 23 – Quarta-feira: Kin 156, Guerreiro Cósmico Amarelo
Ritual de abertura do Chill Out 14:00 Ritual de abertura da Aldeia da Cura e Tenda Cultural (Ascensão do Fogo Sagrado)
Dia 24 - Quinta-feira: : Kin 157, Terra Magnética Vermelha
6:00 Ritual de abertura da pista de dança
Dia 25 - Sexta-feira: Kin 158, Espelho Lunar Branco
23:30 O Dia Fora do Tempo: Cerimônia de comemoração do Ano Novo aia
Dia 27 – Domingo: Kin 159, Tormenta Eléctrica Azul
18:00 Encerramento dos trabalhos na pista de dança
Dia 28 – Segunda-feira: Kin 161, Dragão Harmónico Vermelho
08:00 Ritual de encerramento do festival no Chill Out
Oficinas e vivências
Um fator que distingue o Festival Fora do Tempo de outros festivais de música eletrônica é a riqueza de sua programação cultural. Acima de tudo, o evento é um lugar para brincar, interagir e aprender. Confira algumas das atividades previstas para nossa Tenda Cultural: Yoga Tai-chi, Meditação Deeksha, Meditação Ativa (OSHO), Contato-Improvisação, Rodas de Massagens, Rodas de Reiki, Vivências do Calendário Maia, Cinema (com mostra independente de curtas)Rituais Xamânicos, Corda Bamba, Apresentações Teatrais, Clown, Bandas,, Oficinas de artes, Palestras diversas.
Calendário Maia
O calendário de 13 luas de 28 dias contém a descrição do tempo tanto sob o aspecto físico quanto sob o aspecto espiritual ou energético. Em cada dia das 13 luas do calendário você encontra uma das 20 energias solares, representada por um selo ou glifo solar, e uma das 13 energias galácticas, representada por um tom galático, formando a freqüência 13:20, o aspecto energético ou espiritual do tempo.
Sobre o local
O local escolhido para nossa celebração é mais uma vez a incomparável Ilha dos Botes, na cidade de Carolina, Maranhão. Carolina é porta para o mais novo complexo de cachoeiras e santuários ecológicos descoberto pelos amantes da natureza no Brasil: a magnífica Chapada das Mesas! Em poucos lugares do mundo pode-se encontrar tanta beleza natural ainda em estado tão puro de conservação!
O Parque Nacional da Chapada das Mesas possui 160 mil hectares de cerrado e conta com vários morros de superfície plana, que inspiraram o nome de "Chapada das Mesas". Suas praias e ilhas fluviais, cachoeiras, grutas, lagoas e sítios arqueológicos constituem atrativos excepcionais para os amantes da natureza.
Sobre o publíco do festival
O festival fora do Tempo Agrega pessoas dos quatro cantos do Brasil (DF, SP, RJ, PA, MA, SC, MG, GO).
Todos somando em uma corrente de amor, harmonia e transcendência.
Belém no Festival Fora do Tempo
O público de Belém esta reconhecendo cada vez mais a importância desses festivais para o aprimoramento espiritual. Tivemos uma caravana bem representada, 56 ativistas da paz.
Eu, Samir fui enquanto ativista-cultural, em nome dos Jovens Ambientalistas Argonautas (JAA) com o objetivo de fortalecer parcerias e consolidar atividades para a proxíma edição com os organizadores do festival, objetivo creditado com sucesso. Temos contato direto com a programação do festival, tendo possibilidade de atuar na edição 2009.
Foto: Excursão Belém / FFT 2008

No ano de 2009 vamos ousar mais. Com oficínas, mostras e vivências que aprimorem o coletivo valorizando a cultura local de Belém.
Complemento
Não podemos perder de vista que Belém, a metrópole da Amazônia ira sediar o Fórum Social Mundial, evento que possibilitará o reencontro de muitas parcerias feitas nesse festival. Mahadeva, Artistas cênicos e trupes teatrais estão rodando o mundo com sua arte, e tem passagem confirmada para o Fórum.
Será um grande prazer receber todas essas energias.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Roda de Convivência e Cultura de Paz chega ao Portal da Amazônia

Publicação: Samir Raoni

A Roda de Convivência e Cultura de Paz chegou à Belém do Pará, cidade considerada o Portal da Amazônia, em 17 de outubro para desenvolver a atividade no Ponto de Cultura Argonautas. Os Argonautas surgiram nos anos 90, em uma conjuntura de intensos debates e abertura da sociedade civil para a questão ambiental na Amazônia, no contexto da Eco 92. De 1989 a 1991, a realização de Encontros Nacionais Estudantis na Universidade Federal do Pará e Universidade Federal do Maranhão e o Encontro Nacional dos Povos da Floresta (coordenado pela CUT-CPT-CDDH) para discutir a questão, deram origem ao núcleo ambientalista que formou os Argonautas, em agosto de 1992 e lançou o Manifesto Eco-universitário no campus da UFPA. A atividade sensibilizou militantes dos movimentos sociais e chamou a atenção para a necessidade da sociedade civil local em se articular e participar ativamente das discussões de ações de defesa do meio ambiente e da Amazônia, mobilizando a comunidade para a consolidação da cidadania, da democracia participativa e do desenvolvimento sustentável.
A equipe das oficineiras chegou à Belém em um momento fundamental na história da cidade e de seus moradores: o período da celebração do Círio de Nazaré. Expressão de fé adotada pelo povo paraense que se destaca pela romaria dos fiéis, exibe também apresentações de músicas e danças. Conforme o relato dos próprios paraenses, participantes da Roda de Convivência, o Círio é um pedido de Paz ao Mundo; uma manifestação de alegria e gratidão na perspectiva da fé cristã, devoção e calor humano. Reflete a magnitude de uma festa popular considerada mais importante que o próprio Natal, no qual todos transcendem a própria humanidade em louvor e entrega ao sagrado, via feminino, concretizado na imagem da Nossa Senhora de Nazaré.
A Roda começou ao ar livre. Para que o grupo se aproximasse, foi posto em prática um jogo de reconhecimento em que todos e todas participaram ativamente. Em seguida, compuseram o mapa da convivência, onde o tema da Cultura de Paz surgiu naturalmente, revelando um forte sentimento de companheirismo e solidariedade. Sobre o conceito de convivência um dos participantes afirmou: “O conflito também gera aprendizado, está para o desenvolvimento, você só consegue se desenvolver se dialoga. O conflito dentro da convivência é irrefutável porque como eu costumo falar todo consenso absoluto é burro, então você precisa dialogar, entrar em conflito às vezes para poder avançar.” José Maria Reis, o ZehMa, do Argonautas.
“A cultura de paz une pessoas de diversos lugares, regiões e municípios no seu bem comum. No meu caso, o esporte (skate) as pessoas passam tempos sem se ver, mas acabam se confraternizando naquele evento que acontece. É passado, transmitido, uma energia positiva, conversando, trocando idéia (…) não deixa de estar inserido nisso, na cultura de paz, várias culturas diferentes, juntos ali e confraternizando, naquele evento”, Joélsio Araújo Silva, jovem presidente do Movimento dos Skatistas.
No momento em que os participantes são orientados pelas oficineiras a escolher o objeto que pudesse revelar a compreensão do grupo sobre a Cultura de Paz, soam os sinos da Basílica e todos lembram a importância, para o povo paraense, das celebrações do Cirio de Nazaré. “Pra mim a paz é essa ciranda, o que você pode passar no abraço. Ela começa em ti, mas não termina em ti (…) Então essa Roda simboliza exatamente isso, todo mundo veio para cá para entender exatamente o que é (…). Essa relação cria a paz que se estabelece, que é transmitida por cada um de nós somos. A gente conecta num olhar, numa ação e isso fica. Então a paz está simbolizada por essa conexão, por essa harmonia, por essa cultura de paz que começa e não termina”, afirma Samir Raoni, do Argonautas.
Depois de muito conversarem, o grupo escolhe como objeto simbólico a água. Sobre esta escolha, Nahyzze Nascimento, dá um depoimento emblemático: “Tenho 27 anos e vou todos os anos a Macapá. Lá vi uma ilha crescer, era pequenina e agora está imensa. Eu perguntei a meu pai como isso acontecia e ele disse que o passarinho vai e vem levando pequenos pedaços de plantas e aquilo vai crescendo, crescendo. Estamos no meio da água, encontramos um banco de areia e as sementes vão caindo e brotando, os passarinhos vão ajudando espalhando. Por isso escolho a água. Isso é um processo muito comum na Amazônia, as ilhas nascem aparentemente do nada”.
Com a Roda se aproximando do final, os jovens compartilharam suas impressões. Eles destacaram a importância de frear a correria diária para se ouvir, dialogar e se conhecer. Parar, sentar e escutar o outro, o que torna o momento mágico e possibilita viver intensamente tudo que a Roda pode proporcionar. Momento que contribui para a construção da cidadania, a militância na área ambiental e em tantas outras representadas ali.
Dos diálogos, idéias e percepções que vieram à tona na Roda, surgem como propostas a ampliação do Programa Cultura Viva para intercâmbio entre pontos de cultura regionais e interestaduais; o incentivo às micro políticas culturais de articulação local, entre os pontos de cultura, para construção e fortalecimento das metodologias artístico-culturais desenvolvidas nos coletivos; e a atenção as diferenças étnico-raciais dos povos que compõem o norte do Brasil visando abrir canais de comunicação com o poder público local e estadual para amplo alcance da igualdade racial e de gênero.
O grupo pede também que as oficineiras falem um pouco sobre a experiência das outras Rodas de Conversa já realizadas pelo Pontão, como uma maneira de conhecer a realidade cultural de outros jovens brasileiros. Um dos participantes observa a necessidade de manter os diálogos interculturais que favorecem a criação de políticas públicas na cultura. Ele propõe também um intercâmbio com o Pontão de Convivência e Cultura de Paz, a partir de uma visita de alguns jovens de Belém para aproximação ou realização de oficinas no Instituto Pólis.
O encontro se encerra com a apresentação das meninas do Conexão Feminina, que com suas músicas retratam a condição da mulher, os valores femininos, bem como a desigualdade de gênero.
Para mais informações sobre os Argonautas, acesse www.argonautas.org.br

Anexo Coordenador do JAA
Temos um grande prazer de fazer tal avaliação da RODA DE CONVERSA, sabendo que tudo girou em torno de uma dinâmica de PAZ. Na hora que me deram a missão de selecionar os participantes do momento, quis entender o projeto, li e reli varias vezes interpretando os objetivos da dinâmica. Entendendo a importância do assunto não limitei a RODA apenas aos Jovens Ambientalistas Argonautas mais conhecido como JAA, ao contrario tive bem nítido a importância de envolver amigos-parceiros de outros segmentos e atuações-movimentos no ambiente. Tivemos uma ciranda consistente em mentalidade e diversidade de gênero e seguimento. Uma ciranda que dentro dos seus seguimentos muito contribuiu para o entendimento do que a PAZ representa nesses pólos tão diversos e próximos, o pólo que todos formamos o polar ser humano. Uma ciranda que de mãos dadas superou os limites que pelo grupo se discutiu, apontamos, ouvimos, observamos ate chegar a um calor capaz de agregar tudo que ali foi dito por todos os desenvolvedores sociais. Desenvolvedores de valores. Desenvolvedores de sonhos. Desenvolvedores de ação.A roda cirandou em ritmo e pulso com harmonia e sem repulso de todos que ali estiveram juntos. Com calor sentido no olhar que semeava as férteis terras dos homens e mulheres ali ouvidos e representados pela água.Agradeço aos Membros do JAA,
ao Movimento Negro, Conexão Feminina, Movimento do Reggea, União Metropolitana de Esporte e Cultura de Rua (UMES), Federação Paraense de Skate, Produtora Belle Poque, Pontos de Cultura e estudantes universitários da UNAMA e UFPA.
RODA DOS VERSOS
Aprimoramos o olhar no calor da roda
Que sem cor definida se pintou
A roda da paz é de quem muito sabe
Não de quem sabe mais
Sentados em círculos vemos o ciclo dos sonhos
Acesos por portos de esperança
Que na dança uniforme forma o átomo do corpo vivo
Em movimento em tempos de descontentamentos
Mas não fico só no lamento
Movimento-me com os MOVIMENTOS
Que nas cirandas plantam sementes nobres
Com olhares fortes sem medo pobre
Publicado em noticia quadrada de quem
Cavou sem usar a enxada
E eu, observando tudo com meu sorriso nada mudo
Vejo que basta o bem querer
Para mudar, construir os palcos do mundo
Entre arvores e flores formamos a vida
Com amores colhidos no jardim da perseverança
Colido em sol lunar por jardineiros da roda
Os motivos abrem a porta
Os pontos de vista expressam a cultura Viva
Viva aos pontos da históriaViva aos cantos da vida
Viva aos pontos da pista
Aos belos pontos de vista
Viva a roda e a conversa da vida
Viva a polis e aos marujos da cidade quente de viva a vida.
A nossos sonhos e a nossas terras
Terra essa que como jardineiro rego
Aqui o começo de uma prospera geração
De sementes de paz
Que começa e nunca termina em nós
Porém, nosso sonho determina onde acreditamos
Ser possível chegar
Não importa o quanto andemos, vamos chegar
Com os abraços dados no caminho ganho força
Animo que tem nome: parcerias
Caminhos movidos, sentidos, vividos
Conjunto indefinido finito
De gota em gota, molécula por molécula, tecido por tecido
Tecemos o vigor da roda falante, pensante, vitalmente contagiante
São homens e mulheres afortunados pela estrela cadente
Do céu das realizações que nas rodas contam suas histórias
De ontem, de hoje, agora
Era uma vez...
Sobre a Prosa:
Dedico essa poesia a todos que participaram da RODA DE CONVERSA.
O meu estilo poético é anti-classista não seguindo as regras gramaticais.
Não pontuo meu texto, apenas os locais onde necessito dar ênfase.
Agradeço a todos pelo vigor e calor
Samir Raoni
Fotos da Roda

Matéria Publicada no http://www.culturaepaz.org.br/ , http://www.amazoniajaa.blogspot.com/ , http://www.redejuvenil.com/ e http://www.rejuma.org.br/

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Beletim JAA / FSM n° 1

Publicação: Samir Raoni


O que é o Fórum Social Mundial?
O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço aberto de encontro – plural, diversificado, não-governamental e não-partidário –, que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo.
As três primeiras edições do FSM, bem como a quinta edição, aconteceram em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil), em 2001, 2002, 2003 e 2005. Em 2004, o evento mundial foi realizado pela primeira vez fora do Brasil, na Índia. Em 2006, sempre em expansão, o FSM aconteceu de maneira descentralizada em países de três continentes: Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (Américas). Em 2007, voltou a acontecer de maneira central no Quênia (África).
O FSM tornou evidente a capacidade de mobilização que a sociedade civil pode adquirir quando se organiza a partir de novas formas de ação política, caracterizadas pela valorização da diversidade e da co-responsabilidade. O sucesso da primeira edição resultou na criação do Conselho Internacional que, em sua reunião de fundação, aprovou em 2001 uma Carta de Princípios, a fim de garantir a manutenção do FSM como espaço e processo permanentes para a busca e a construção de alternativas ao neoliberalismo. Hoje, são realizados fóruns sociais locais, regionais, nacionais e temáticos em todo o mundo, com base na Carta de Princípios. Em 2008, para marcar esse processo, foi realizado mundialmente no dia 26 de janeiro o Dia Global de Mobilização e Ação.



Juventude Organizada

Inscrições para o Acampamento Intercontinental da Juventude 2009 estão abertas
Já estão abertas as inscrições para todas as pessoas que queiram participar do Acampamento da Juventude, bem como para grupos, coletivos, movimentos e outras entidades que desejem propor uma atividade autogestionada no acampamento. Elas podem ser feitas através dos seguintes links:

- Participantes:
http://sistemas.pa.gov.br/acampamentojuventude/?do=Main.acampado_form
- Atividades:
http://sistemas.pa.gov.br/acampamentojuventude/?do=Main.organizacao_form

Mas atenção: fique de olho no calendário para não perder os prazos:
Atividades – até 20 de dezembro de 2008
Indivíduos – até 20 de janeiro de 2009

Indivíduos que fazem parte de uma mesma caravana ou grupo deverão sempre preencher o campo correspondente na ficha com o mesmo nome, indicando o nome completo do grupo. Por exemplo: Caravana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (e não FFLCH-USP).
Foto: JAA / FFT 2008
Valores de inscrição
O pagamento das inscrições é um chamado político à auto-sustentabilidade do
acampamento. Consciente das diferentes condições de pagamento de seus participantes, o Comitê Organizador do Acampamento da Juventude estipulou preços diferenciados de inscrição:

Participantes do Norte geopolítico (integrados pelos países mais ricos): 10 euros (ou 30 reais)
Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça)

Participantes do Sul (Brasil e demais países): 15 reais (ou 5 euros)

Atividades (promovidas tanto por organizações do norte quanto do sul):
50 reais / 16 euros)

A inscrição no acampamento dá direito ao alojamento e ao kit do acampado, não inclui alimentação nem barraca, que deverá ser trazida pelos participantes. O crachá do acampamento também dará acesso a todas as atividades autogestionadas do FSM.
Infra-estrutura
O Acampamento da Juventude será realizado na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). O território contará com banheiros, chuveiros e área para atividades autogestionadas, espaços de saúde, informações e segurança. A Ufra também será a sede dos principais eventos relacionados ao dia da Panamazônia (28 de janeiro).

Acompanhe o blog
http://acampamentodajuventude.wordpress.com/
para mais notícias e detalhes sobre a preparação do Acampamento da Juventude.

Para outras notícias sobre o FSM2009, visite o site:
http://www.fsm2009amazonia.org.br/
Email:
acampamento@fsm2009amazonia.org.br
(91) 8186-6008 Nazaré Cruz ou (91) 8185-7378 Janaina Barbosa

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

OFICINA BRASIL MEMÓRIA EM REDE 28 A 30

De terça a sexta-feira, 28 a 30 de Novembro tivemos a honra de realizar a oficina “Registro de Memória”. Aproveitando a oportunidade reunimos: Museu Emilio Goeld, Museu do Círio, Museu do Som, Ponto de Cultura Marajó, Movimento GLBTT, UFPA, GPAC e nós Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil (Argonautas).
-Entender a história contada pelos seus verdadeiros protagonistas é dar um olhar mais autentico ao maior patrimônio que a sociedade pode ter que é a memória de um povo. A cultura expressa por tradições e valores passados geração em geração.
Compartilhamos uns com os outros o entendimentos que temos de nossa identidade social. É incrível presenciar os valores que damos as nossas raízes. O Brasil Memória em Rede esta sendo inovador com essa característica de registro dos patrimônios imateriais (as histórias), a sociedade tem muito a contribuir para que valores seculares não se percam. Contar nossa história é dar nossos critérios e emoções a uma história construída por todos, com todos e para todos.
-A magia da história esta exatamente onde só o coração atento pode captar e assim germinar o entendimento daquele ângulo de graus feito degrau a degrau.

Fizemos uma apresentação do Projeto Brasil Memória em Rede e contamos as histórias das entidades desenvolvendo um quadro de memória. Esse resultado gerou uma reflexão proposta coletivamente com o que os temas que acreditamos ser prioridade nesse cenário;
Discussões:
EDUCAÇÃO / FORMAÇÃO
-Linguagem Artística
-Institucionalidade dos Movimentos
-Diversidade, identidade e Regate Cultural
-Busca pelas origens da história (ancestralidade / raízes)
-Mobilização Social
RELAÇÕES COM AS ENTIDADES
-Registro e Socialização dos conteúdos
-Uso da oralidade de temas
-Protagonismo intergeracional
-Integração social
-Desafios aos movimentos
-Tecnologia
-Meios de Comunicação
-Homofobia
-Redes sociais
-Empreendedorismo social
Os Argonautas mais uma vez se sentem atores dessa proposta do registro de Memória desse país que com toda sua pluralidade forma as novas gerações.
Agradeço em nome dos Argonautas ao: Museu Emilio Goeld, Museu do Círio, Museu do Som, Ponto de Cultura Marajó, Movimento GLBTT, UFPA e GPAC pela sua rica participação nesse momento que não sairá de nossas memórias.
Terno abraço aos Amigos do Instituto Polis, Movimento Negro, Movimento Hip Hop, Movimento Reggae, Federação Paraense de Skate e União Metropolitana de Esporte e Cultura de Rua. Todos juntos formamos um exercito pela cultura de paz e fraternidade.
Ate a TEIA 2008!


REDE
Estamos em nossas redes

Embalando nossos sonhos

Sonhos de criança envolvida na esperança

De uma verdade eterna e branda:- Quem acredita sempre alcança!
Sonho é continuar a vida,
bons amigos e escrevendo poesia.
Ela que nasce do olhos,
Na captura dos sentimentos
Que pouco tem haver com o tempo
Juntos construímos nosso momento


Eterno, fraterno e mesmo longe sempre perto
Quando ouvires uma criança cantar lembre-se


Da sua história e do que nela queres deixar.


Eternizamos o que em nós canta
Com a virtude da mesma criança


Que de fato tem o mundo a conquistar.
O registro é importante para o momento se eternizar.
Esta história esta na redeOnde todos podemos se embalar.
Autor: Samir Raoni


Financiamento


Realização


PROJETO


POLO/NORTE


APOIO

domingo, 26 de outubro de 2008

Teia Brasília 2008


Encontro Nacional dos Pontos de Cultura terá como tema 'Iguais na Diferença', em comemoração aos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Entre os dias 12 e 16 de novembro Brasília será a sede da terceira edição do Encontro Nacional dos Pontos de Cultura - Teia Brasília 2008. Nestes cinco dias, Brasília será o grande palco da Cultura Popular Brasileira, onde haverá apresentações artísticas e mostras culturais das diferentes regiões do país. A Teia Brasília 2008 vai reunir representantes de mais de 800 Pontos de Cultura conveniados com o Programa Cultura Viva, da Secretaria de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura (SPPC/MinC).
O encontro tem o objetivo de consolidar as ações do Cultura Viva e discutir os rumos para o próximo ano. O tema deste ano é Iguais na Diferença, em comemoração aos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e é fruto de uma parceria estabelecida com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Dentro da programação do evento está prevista a realização do II Fórum Nacional dos Pontos de Cultura e mostras dos trabalhos culturais realizados por integrantes do projeto, além da realização de um cortejo pela Esplanada dos Ministérios, até a Praça dos Três Poderes. A Teia Brasília 2008 é uma realização do Movimento Nacional dos Pontos de Cultura (MNPC) em parceria com MinC e coordenada pelo Ponto de Cultura Invenção Brasileira.
O II Fórum Nacional dos Pontos de Cultura é um espaço dedicado ao debate, a reflexão e a proposição de ações que visem o protagonismo, a autonomia e o fortalecimento da política do Movimento Nacional dos Pontos de Cultura. Será realizado entre os dias 12 e 14 de novembro, no Auditório do Museu da República, localizado na Esplanada dos Ministérios, dando início às atividades do encontro.
A solenidade de abertura da Teia Brasília 2008 será realizada no Teatro Nacional Cláudio Santoro, na noite do dia 13 de novembro. Logo após tem início a programação da Mostra Cultural, com a apresentação de grupos de música, dança e teatro. A mostra promoverá a interação entre artistas consagrados e a produção dos pontos de cultura e será realizada nos palcos móveis instalados no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, na Sala Villa Lobos, do Teatro Nacional, e no Complexo Cultural da Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Exposições do trabalho realizado por integrantes dos Pontos de Cultura, nas áreas de Artes Visuais e do Audiovisual, também fazem parte da programação artística da Teia Brasília 2008. A mostra de Artes Visuais ficará exposta no Museu da República e a mostra de Audiovisual será exposta no Museu da República e na Sala Martins Penna, do Teatro Nacional. Além disto, serão implantados espaços permanentes para a exibição dos trabalhos, nos principais pontos de convergência do evento, tais como: tenda da Ação Griô, tenda da Juventude, tenda do Audiovisual, tenda da Cultura Digital e o Espaço Conversê.
No sábado, dia 15 de novembro, está programado a realização do Cortejo Cultural dos Pontos de Cultura, como parte integrante das comemorações do dia da Proclamação da República Brasileira. A caminhada vai partir do Museu da República, no período da tarde, até a Praça dos Três Poderes. A idéia dos organizadores é de levar para a rua uma mostra da diversidade da Cultura Brasileira, apresentando durante o trajeto do cortejo, manifestações culturais dos diferentes estados do país.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Roda de Conversa - Argonautas e Instituto Polis

Relatório da Roda de Conversa que aconteceu no IAP, sábado dia 18 de outubro

Temos um grande prazer de fazer tal avaliação da RODA DE CONVERSA, sabendo que tudo girou em torno de uma dinâmica de PAZ. Na hora que me deram a missão de selecionar os participantes do momento, quis entender o projeto, li e reli varias vezes interpretando os objetivos da dinâmica. Entendendo a importância do assunto não limitei a RODA apenas aos Jovens Ambientalistas Argonautas mais conhecido como JAA, ao contrario tive bem nítido a importância de envolver amigos-parceiros de outros segmentos e atuações-movimentos no ambiente. Tivemos uma ciranda consistente em mentalidade e diversidade de gênero e seguimento. Uma ciranda que dentro dos seus seguimentos muito contribuiu para o entendimento do que a PAZ representa nesses pólos tão diversos e próximos, o pólo que todos formamos o polar ser humano. Uma ciranda que de mãos dadas superou os limites que pelo grupo se discutiu, apontamos, ouvimos, observamos ate chegar a um calor capaz de agregar tudo que ali foi dito por todos os desenvolvedores sociais. Desenvolvedores de valores. Desenvolvedores de sonhos. Desenvolvedores de ação.A roda cirandou em ritmo e pulso com harmonia e sem repulso de todos que ali estiveram juntos. Com calor sentido no olhar que semeava as férteis terras dos homens e mulheres ali ouvidos e representados pela água.Agradeço ao,

JAA, Movimento Negro, Conexão Feminina, Movimento do Reggea, União Metropolitana de Esporte e Cultura de Rua (UMES), Federação Paraense de Skate, Produtora Belle Poque, Pontos de Cultura e estudantes universitários da UNAMA e UFPA.

Esse relatório é pessoal,Por isso segue uma poesia em prosa que desenvolvi depois do encontro da Roda
rumo a Colares.
Seria de grande valor se todos os participantes dessem um breve depoimento escrito sobre essa experiência que compartilhamos no coletivo.


RODA DOS VERSOS

Aprimoramos o olhar no calor da roda
Que sem cor definida se pintou
A roda da paz é de quem muito sabe
Não de quem sabe mais
Sentados em círculos vemos o ciclo dos sonhos
Acesos por portos de esperança
Que na dança uniforme forma o átomo do corpo vivo
Em movimento em tempos de descontentamentos
Mas não fico só no lamento
Movimento-me com os MOVIMENTOS
Que nas cirandas plantam sementes nobres
Com olhares fortes sem medo pobre
Publicado em noticia quadrada de quem
Cavou sem usar a enxada
E eu, observando tudo com meu sorriso nada mudo
Vejo que basta o bem querer
Para mudar, construir os palcos do mundo
Entre arvores e flores formamos a vida
Com amores colhidos no jardim da perseverança
Colido em sol lunar por jardineiros da roda
Os motivos abrem a porta
Os pontos de vista expressam a cultura Viva
Viva aos pontos da história
Viva aos cantos da vida
Viva aos pontos da pista
Aos belos pontos de vista
Viva a roda e a conversa da vida
Viva a polis e aos marujos da cidade quente de viva a vida.
A nossos sonhos e a nossas terras
Terra essa que como jardineiro rego
Aqui o começo de uma prospera geração
De sementes de paz
Que começa e nunca termina em nós
Porém, nosso sonho determina onde acreditamos
Ser possível chegar
Não importa o quanto andemos, vamos chegar
Com os abraços dados no caminho ganho força
Animo que tem nome: parcerias
Caminhos movidos, sentidos, vividos
Conjunto indefinido finito
De gota em gota, molécula por molécula, tecido por tecido
Tecemos o vigor da roda falante, pensante, vitalmente contagiante
São homens e mulheres afortunados pela estrela cadente
Do céu das realizações que nas rodas contam suas histórias
De ontem, de hoje, agora
Era uma vez...
Sobre a Prosa:
Dedico essa poesia a todos que participaram da RODA DE CONVERSA.
O meu estilo poético é anti-classista não seguindo as regras gramaticais.
Não pontuo meu texto, apenas os locais onde necessito dar ênfase.
Agradeço a todos pelo v igor e calor,
Samir Raoni

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Definidos 10 objetivos de ação dos participantes do FSM 2009

Em Belém entre 10 e 12 julho, integrantes da Comissão de Metodologia do Conselho Internacional e do Grupo Facilitador local estiveram reunidos em Belém para avaliar as respostas à consulta realizada entre maio e junho e definir o conjunto final dos objetivos de ação dos participantes do FSM 2009. A consulta proposta pelo Conselho Internacional do FSM buscava ampliar ou adequar os objetivos de ação para o evento de 2009. Em torno destes objetivos serão organizadas as diversas atividades (conferências, painéis, seminários, oficinas entre outras) no evento de Belém. Veja abaixo a lista de objetivos em torno dos quais serão organizadas as atividades no território do Forum de Belém. Destacadas em negrito estão as adições feitas aos objetivos definidos originalmente para o FSM 2007, realizado em Nairóbi (Quênia).1. Pela construção de um mundo de paz, justiça, ética e respeito pelas espiritualidades diversas, livre de armas, especialmente as nucleares;2. Pela libertação do mundo do domínio do capital, das multinacionais, da dominação imperialista patriarcal, colonial e neo-colonial e de sistemas desiguais de comércio, com cancelamento da dívida dos países empobrecidos; 3. Pelo acesso universal e sustentável aos bens comuns da humanidade e da natureza, pela preservação de nosso planeta e seus recursos, especialmente da água, das florestas e fontes renováveis de energia; 4. Pela democratização e descolonização do conhecimento, da cultura e da comunicação, pela criação de um sistema compartilhado de conhecimento e saberes, com o desmantelamento dos Direitos de Propriedade Intelectual;5. Pela dignidade, diversidade, garantia da igualdade de gênero, raça, etnia, geração, orientação sexual e eliminação de todas as formas de discriminação e castas (discriminação baseada na descendência);6. Pela garantia (ao longo da vida de todas as pessoas) dos direitos econômicos, sociais, humanos, culturais e ambientais, especialmente os direitos à saúde, educação, habitação, emprego, trabalho digno, comunicação e alimentação (com garantia de segurança e soberania alimentar);7. Pela construção de uma ordem mundial baseada na soberania, na autodeterminação e nos direitos dos povos, inclusive das minorias e dos migrantes; 8. Pela construção de uma economia centrada em todos os povos, democratizada, emancipatória, sustentável e solidária com comércio ético e justo,; 9. Pela ampliação e construção de estruturas e instituições, políticas e econômicas – locais, nacionais e globais, – realmente democráticas, com a participação da população nas decisões e controle dos assuntos e recursos públicos.10. Pela defesa da natureza (amazonica e outros ecossitemas) como fonte de vida para o Planeta Terra e aos povos originários do mundo (indígenas, afrodescendentes, tribais, ribeirinhos) que exigem seus territórios, linguas, culturas, identidades, justiça ambiental, espiritualidade e bom viver.

domingo, 18 de maio de 2008

Seminário dá inicio ao pontão da juventude amazônica


Rede mobiliza juventude dos Pontos de Cultura do Pará e Amapá

Os pontos de cultura do Pará iniciaram a implantação do projeto pontão de cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil focado em ações voltadas para a juventude em todas as regiões do estado. Doze pontos de cultura reuniram-se em Belém no dia 15 de maio em um seminário de planejamento que deu início a realização do projeto.
No seminário foram aprovados critérios de implantação dos cinco pólos regionais previstos no projeto. Ficou definido que a seleção das entidades coordenadoras será feita através de edital. Também foi eleita uma comissão formada por seis representantes dos pontos de cultura para monitorar as políticas públicas de cultura no Pará. Uma das prioridades dessa comissão é acompanhar junto ao governo do Pará a elaboração do edital de seleção de mais 60 pontos de pontos de cultura. Os interessados poderão apresentar projetos no valor de até 180.000,00 a serem aplicados no período de 30 meses em atividades culturais. Foram eleitos dois representantes do Pará na Comissão Nacional dos Pontos de Cultura: Nilton Silva (Ponto de Cultura Ananin, de Ananindeua) e Jonilson Oliveira (Ponto de Cultura de Ouro, de Itaituba).
O projeto pontão de cultura Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil é coordenador pelos Argonautas Ambientalistas da Amazônia e tem como objetivos articular uma rede de pontos de cultura e empreendimentos juvenis do Pará e Amapá em ações de protagonismo juvenil e empreendedorismo social; promover a capacitação dos membros da Rede em comunicação comunitária multimídia; disseminar o uso de plataformas livres; e criar o Portal da Juventude em ambiente colaborativo na internet.O projeto foi selecionado em edital nacional do Ministério da Cultura que aprovou 22 projetos de Pontão no Brasil. O Ministério repassou R$ 400.000,00 para a implementação do projeto pelos Argonautas que entram com uma contrapartida de R$ 100.000,00 para complementar as ações.


Confira todas as fotos do encontro: http://pontaoredejuvenil.spaces.live.com/

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Célio Turino visita Ponto de Cultura Ananin


Secretário de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura, Célio Turino, visitou o Ponto de Cultura Ananin no dia 5 de janeiro. Na reunião o secretário mostrou interesse pela metodologia DELA (Desenvolvimento Local da Amazônia) desenvolvida pelos Argonautas para implementar projetos sociais. Célio Turino afirmou que o Programa Cultura Viva hoje está consolidado após passar por uma trajetória de experimentação nos estados, atendendo grupos culturais das mais variados matizes. O Programa entra agora em nova fase e vai aprofundar a descentralização com a implantação de pontos de cultura em convênio com governos estaduais e municipais. Isso permite a sua ampliação para mais pontos. Com o aporte de novos recursos, os proponentes ficam isentos da contrapartida, o que em alguns casos era um ponto de dificuldade.
O secretário veio a Belém participar de uma reunião com órgãos de cultura do Governo do Estado, quando anunciou convênio para a seleção de mais de 60 pontos de cultura no Pará. O repasse do MinC será de R$ 2.400.000,00 que vão somar-se a mais R$ 1.200.000,00 do Governo do Estado. O edital para seleção será lançado em março.

domingo, 13 de abril de 2008

Encontro Norte da Expedição do Redescobrimento de 09 a 11







Programação

1º Dia (9/04/08)8:30 – Abertura Apresentação dos coordenadores do pólo Regional Norte da Expedição do Redescobrimento – ARGONAUTAS Ambientalistas da Amazônia.Apresentações dos participantes
9:30 – Painel 1“Empreendedorismo e Desenvolvimento Comunitário”Expositor: Rosilda Wanghon (SEBRAE-PA)
9:45 – Painel 2“A Expedição do Redescobrimento e o Brasil Memória em Rede”Expositor: Ana Nassar (Museu da Pessoa – SP)
10:00 – Painel 3“O Instituto Imagem e Cidadania – RJ” Expositor: Claudio e Marjorie Botelho
10:15 - Rápida apresentação das pessoas – diz nome, organização e o porque do objeto que entregará ao baú
11: 00h – Intevalo para o lanche
11:15:00 – Atividade 1“Minha História” (Dinâmica para construção das historias de vida de cada pessoa)
12:00 Apresentação das histórias pessoais em subgrupos (grupos de até 4 pessoas)
12:45 Apresentação em plenária do que cada grupo vivenciou na troca de histórias.
13:30 – Intervalo para almoço
14:30 – Atividade 2“Nossa História” (Dinâmica para construção das historias de vida de cada instituição)
15:30 Apresentação das histórias das organizações em plenária + papo aberto – pessoas apresentam as organizações e cada uma tem um tempo para responder perguntas sobre a plenária – o tempo de fala de cada um deverá ser controlado e dependerá do número de apresentações que serão feitas.
17:00 – encerramento
Entrega dos cartões postais para algumas pessoas, que queiram trocar experiências com pessoas de outros pólos (algumas porque não temos endereços para todas. Como vcs. não passaram os contatos do pólo norte, endereços que seriam usados na dinâmica de belém tiveram que ser usados em outros encontros.)
2º Dia (10/04/08)8:00 – Atividade 4“Nossa Pérola” (dinâmica de grupo. Cada organização identifica seu diferencial/especificidade no trabalho com a memória)(Importante pensar que pergunta será feita aqui se não pode ficar mto vago e parecido com o que foi feito no fim do 1º dia de encontro.)
10:00 – Atividade 5“Como podemos participar/contribuir para a iniciativa Brasil Memória em Rede? Em que tal iniciativa pode contribuir para o desenvolvimento institucional de minha organização? Como meu público-alvo pode se beneficiar? O que devemos fazer para dar continuidade ao processo?” (Perguntas norteadoras que serão respondidas em grupos)
11:30 – Lanche
12:30 – Painel 4“A experiência do Museu da Pessoa com as Histórias de vida”Expositor: Karen Worcman (Museu da Pessoa – SP)
13: 30 – Intervalo para almoço
14:50 – Atividade 6Realização de entrevista de História de Vida com registro em áudio-visual digital com o objetivo de alimentar o blog da expedição (www.museudapessoa.net/blogs/expedicao/) e para finalização de vídeo-documentário.
(Não esquecer do preenchimento da cessão de direitos e ficha de cadastro do entrevistado! Não esquecer de falar sobre o entrevistado para os expedicionários prepararem o roteiro um dia antes)
16:30 – Avaliação
17:00 – encerramento
3º Dia (11/04/08)8:00 – Atividade 7Expedição a Ilha de Mosqueiro, região de entorno do Parque Municipal da Ilha de Mosqueiro – PMIM, com realização de entrevista de historia de vida.

quinta-feira, 27 de março de 2008


I CONFERÊNCIA LIVRE DA JUVENTUDE: SAÚDE, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE DE VIDA
27 de março de 2008
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ONDE? Auditório setorial básico II - UFPA (Belém-Pará-Brasil)
QUE HORAS?14h

Justificativa
O alerta do quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. IPCC, divulgado em 2007, Diz: Atividades econômicas, políticas e atitudes de seres humanos estão provocando um fenômeno de conseqüências muito graves e que poderia até, em longo prazo, inviabilizar a sobrevivência de milhares de espécies de seres vivos em nosso planeta. Independentemente dos cenários traçados, sejam eles otimistas ou pessimistas, o fato é que a partir da divulgação desse relatório ninguém mais pode alegar o desconhecimento de causa. Nem pode alegar que é igual a responsabilidade de todos os seres humanos: de fato, as causas estão vinculadas a processos econômicos e de apropriação de recursos ambientais que geram benefícios para alguns, enquanto deixam impactos de degradação ambiental e social para outros.Assim, os Argonautas Ambientalistas da Amazônia, em parceria com Sindicato dos Médicos do Pará, sensível em construir este ambiente favorável, convida a juventude a participar da I CONFERÊNCIA LIVRE DA JUVENTUDE: SAÚDE, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE DE VIDA.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Jovens Ambentalistas Argonautas (JAA) - Informe do Dia.

Por: Samir Raoni

Olá, saudosos amigos. O dia começou com o sol a raiar em nossas casas, motéis ou hotéis...tanto faz!(risos). O Sol é a fonte de energia que organiza nossa vida (no sentido temporal).Faça de sua luz a energia de suas realizações. Bem, Terminamos o curso de formação política do PPS no Domingo dia 09 de março com um saldo muito positivo, tanto no conteúdo quanto na articulação de atividades futuras. ***Hoje segunda-feira, pela manhã estive presente no CORPO DE BOMBEIROS 3° 6BM, que fica na cidade nova 7. No local foi apresentado o projeto de juventude que integra mais de 200 jovens com formação nas habilidades da corporação, além de ser uma prova fundamental de exercício de cidadania. Após o discurso do Tenente do corpo de bombeiros apresentando o projeto, ouve a apresentação da equipe de karate e dos bombeiros mirins, em resumo foi muito interessante. Participaram do momento a Michelle Azevedo - Secretaria de Ação Social de Ananindeua e mais assistente social da mesma, além do Robson Romulo - Presidente da UEE-PA. Tive uma ótima impressão do evento. Visualizando boas oportunidade de parcerias presentes e futuras. .: É do interesse dos Jovens Ambientalistas Argonautas (JAA), estar cooperando com esse tipo de ação que integra valores e integra os jovens com cultura, meio ambiente e cidadania. Agradeço aos colaboradores da UEE, Jeisse que me deu a oportunidade de apresentar o JAA, a Secretaria de Ação Social de Ananindeua e a aos sonhadores que fazem da vida uma incansável marcha interrupta. Hare krnshna aos amigos! Agora pela tarde o JAA estará no IAP (Instituto de Artes do Pará), na exposição que acontece a partir das 19 h. Apareçam entrada franca!

quinta-feira, 6 de março de 2008

A prática de uma utopia

Um conjunto de esforços, envolvendo diferentes segmentos sociais e em especial os jovens, transforma a violenta realidade de uma região mineira.


Publicação: Samir Raoni
Ao longo da minha vida e também da carreira de Policial Militar, sempre ouvi as pessoas falarem da paz e por ela se mobilizarem. Nos últimos anos, os movimentos foram mais intensos e mais divulgados, principalmente aqueles ocorridos após perdas trágicas e violentas. Entretanto, a perda de uma pessoa, nessas condições, deve ser considerada o ponto máximo da falta de paz. Não podemos esperar que vidas inocentes sejam ceifadas para que, só então, nos manifestemos pela paz. Ela deve ser construída e conquistada no dia-a-dia, observando-se os mínimos detalhes para a sua consolidação. A paz, tão almejada por todos, tem de começar a ser construída dentro da principal célula da sociedade – a família. Famílias desestruturadas têm sido, na maioria das vezes, a causa da vida sem paz, tendo em vista que, se não houver harmonia entre pais, filhos, irmãos e outros integrantes do lar, isso vai se refletir negativamente na relação com outros grupos sociais, como vizinhança, escola, trabalho etc. O perfeito exercício da cidadania também tem reflexos bastante positivos na busca pela paz, pois, com certeza, se todo integrante de um grupo social, seja ele qual for, tiver consciência dos seus direitos e deveres, não haverá desentendimentos em razão da perturbação do sossego de cada um. Mesmo ações aparentemente simples, como excesso de ruídos, lixo colocado em locais indevidos, brigas no trânsito, veículos estacionados sobre faixas de pedestres ou em locais proibidos, por várias vezes, terminam em tragédias. Outro empenho indispensável para que a paz possa reinar em qualquer grupo é o que deve ser dedicado à prevenção às drogas. Estas têm destruído famílias e entrado na vida de muitos jovens de maneira precoce, levando-os à prática de crimes, geralmente contra o patrimônio, para que possam sustentar o vício, às vezes subtraindo os bens materiais dos próprios lares. Como é sabido, a dívida oriunda do tráfico de drogas é paga com dinheiro, bens materiais, ou com a própria vida. Num segundo momento, falhando a prevenção, esse empenho tem de ser direcionado à repressão qualificada e à recuperação daqueles que já estão escravizados pelo uso da droga.
Sabemos que a missão pela construção da paz é árdua, especialmente numa sociedade tão degradada pelo materialismo, pelo consumismo e que não tem cultuado valores importantes para a vida em grupo. Todavia, temos de acreditar que, com trabalho sério, fé em Deus e a cumplicidade de todos os atores envolvidos em tão nobre missão bons resultados surgirão. Exemplo disso está sendo vivenciado na localidade que está, no que diz respeito ao policiamento ostensivo, sob a responsabilidade da Companhia de Polícia Militar que hoje comando – a 69ª Companhia PM do 35º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais –, formada pelo Conjunto Palmital e outros cinco bairros da cidade de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Composta por um grande aglomerado urbano, com população estimada em aproximadamente 80 mil pessoas, algumas pobres e outras abaixo da linha da pobreza, a área sempre foi conhecida pela violência e pelo alto índice de criminalidade, principalmente pelos crimes contra a vida. A realidade dessa localidade começou a mudar a partir de julho de 2004, quando foi instalada, na principal praça do Conjunto Palmital, a 69ª Companhia de Polícia Militar e, em março de 2005, o Núcleo de Prevenção à Criminalidade, da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, onde passaram a funcionar os programas Fica Vivo! e Mediação de Conflitos. Juntos, Polícia Militar e Núcleo de Prevenção, com o apoio da Prefeitura Municipal de Santa Luzia, conseguiram mobilizar outros órgãos do Sistema de Defesa Social, como Polícia Civil, Ministério Público, Poder Judiciário, além da iniciativa privada e, em especial, os jovens das diversas comunidades que começaram a se envolver de forma mais efetiva, quando foram chamados a ser protagonistas neste processo de construção da paz.
No Programa Fica Vivo!, voltado para a redução de homicídios, que atende a jovens de 12 a 24 anos em oficinas de esporte, lazer, inclusão produtiva e comunicação, eles têm oportunidade de passar da condição de atendidos à condição de multiplicadores e, desta, a oficineiros, sendo construída com eles outra forma de lidar com os conflitos, as diferenças, o respeito ao próximo, o valor da educação formal, além de outros valores. Ainda dentro da dinâmica do programa, existem momentos em que a polícia e os jovens se encontram para discutir vários temas, tais como a abordagem policial e a visão dos jovens em relação à polícia e vice-versa, o que tem ocasionado o surgimento de importantes lideranças juvenis para a consecução dos objetivos propostos. Por meio de reuniões com os envolvidos nesse processo pela paz, buscou-se mudar a imagem local e oferecer aos seus moradores uma melhor qualidade de vida, com programas que vêm sendo desenvolvidos além das oficinas do Fica Vivo!, como as intervenções dos técnicos do programa Mediação de Conflitos, as ações sociais da prefeitura local, melhoria na iluminação pública, escolinha de atletismo e música, limpeza de terrenos baldios e de logradouros, revitalização de espaços públicos, participação mais efetiva da comunidade nas reuniões do Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep) e palestras sobre cidadania e prevenção às drogas. Há de se destacar, também, a criação do Grupo Especializado em Policiamento de Áreas de Risco (Gepar) que, com uma doutrina própria de execução do policiamento ostensivo, baseada nas filosofias do policiamento comunitário e dos direitos humanos, atua nas comunidades em locais de maior vulnerabilidade social e criminal, ajudando os moradores em suas demandas diárias, buscando mostrar que o Estado oficial ali se faz presente, angariando a confiança e a simpatia desses moradores, evitando a instalação do estado paralelo voltado para o tráfico de drogas e outras modalidades criminosas. Outra iniciativa é o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), ministrado a alunos de quartas e sextas séries e que objetiva evitar que crianças e adolescentes em fase escolar iniciem o uso de drogas, despertando-lhes a consciência para este problema e também para a questão da violência.
A parceria com os diversos atores tem se mostrado eficiente, pois a cidade de Santa Luzia, que durante muitos anos freqüentou os quatro primeiros lugares no ranking das mais violentas do estado de Minas Gerais, hoje ocupa a 37ª posição, com tendência a melhorar ainda mais esta performance. No mês de julho de 2007, por exemplo, a cidade comemorou um acontecimento há muito não vivido: passar todo o mês sem que nenhum crime de homicídio fosse registrado. Conseqüentemente, o índice mensal de crimes violentos foi o menor dos últimos anos. No Conjunto Palmital, é também motivo de muita alegria e comemoração a marca de 100 dias sem homicídios, alcançada no dia 20 de agosto de 2007. Também se destaca a queda de mais de 50% neste tipo de crime, se comparado ao mesmo período do ano passado, além da considerável queda no índice geral de crimes violentos. As medidas tomadas surtiram efeito ainda na queda dos registros de outras ocorrências, tais como: perturbação do sossego por excesso de ruídos, depredação do patrimônio público, principalmente luminárias da iluminação pública, escolas, telefones públicos e transporte coletivo, além da redução das brigas e desentendimentos familiares, desrespeito às regras de trânsito e circulação, reclamações por mau atendimento policial e/ou violência policial. Com isso, a participação da comunidade nas denúncias de crimes tem aumentado, bem como os elogios à atuação da polícia. E é pequeno o número de acionamento para a presença policial nas escolas públicas e privadas. A experiência, como se vê, tem dado certo. Portanto, depreende-se que, se quisermos construir uma paz duradoura, não podemos esperar que tragédias batam em nossas portas, nem que haja a perda de entes queridos para irmos para as ruas culpar os governantes e a sociedade, da qual fazemos parte. Somos responsáveis por suas mazelas. Temos de agir, de agregar todos os esforços à nossa disposição, respeitar os direitos dos nossos semelhantes, observar todos os detalhes para que nosso objetivo seja alcançado. Uma morte violenta é o ponto máximo da falta de paz, e tudo temos de fazer para evitá-la. Temos de estar sempre em busca de uma sociedade na qual reinem o respeito mútuo, a harmonia, o entendimento e a solidariedade, sem drogas e sem violência, e que cada um saiba que o direito pessoal termina onde começa o direito do outro. Como dizia uma antiga e bonita canção: “Chamem a isso utopia, eu a isso chamo paz!”.
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Matéria publicada na Edição 9 - Novembro de 2007 - Paz

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ativistas da Paz


Jovens brasileiros se envolvem em iniciativas que promovem a paz e podem mudar as estatísticas que os colocam no cerne da violência

Por: Aydano André Motta
Publicação: Samir Raoni
Desde que o mundo é mundo, cabe aos jovens andar na contramão, para protagonizar rupturas, firmar mudanças, remover ao lixo da História o que caducou. No Brasil do século 21, também, muitos deles seguem o caminho inverso ao que lhes parecia reservado pelo destino. São jovens, milhares deles, desafiando as estatísticas que os condenam ao envolvimento com a violência, nos igualmente trágicos papéis de algozes ou vítimas. Resolveram dar meia-volta nesta história e professar a atitude mais preciosa em nossos dias: a busca da paz. Cabe a eles ajudar a virar o jogo no país que, não bastasse estar entre os de maior desigualdade social, possui ainda o oitavo maior arsenal de armas leves do mundo – 15 milhões de revólveres e pistolas, a maioria disparados contra quem tem de 15 a 29 anos. Na sociedade atravessada pela intolerância e pela discriminação, os jovens ativistas da paz nadam contra a maré, cada um do seu jeito, segundo suas convicções e estratégias, mas todos conduzidos pela certeza de que somente a postura diferente permitirá outro futuro. Neste panorama, a paz nasce na simplicidade despojada de um abraço gratuito, no meio da rua, no meio do dia; na transmissão da informação que promove liberdade e cidadania diante da censura e do descaso; na fé que prega o entendimento pela via segura do diálogo; ou na luta serena contra o preconceito de quem não admite a diferença. Na verdade, eles seguem com meios próprios o caminho proposto, 42 anos atrás, na Declaração para os Jovens dos Ideais de Paz, Respeito e Compreensão entre os Povos, proclamada pelas Nações Unidas. Nela consta: “A juventude deve ser educada no espírito da paz, da justiça, da liberdade, do respeito e da compreensão mútuos, a fim de promover a igualdade de direitos entre todos os seres humanos”. O texto, Princípio 1 do documento, data de 7 de dezembro de 1965, muito antes de Rafaela Rocha nascer. Mas ela parece conhecê-lo de cor. Aos 16 anos, a paulistana da zona Norte, estudante do segundo ano do Ensino Médio, lidera o Abraço Grátis, grupo de jovens que, pelo menos duas vezes por semana, pára numa rua de grande movimento e abre sua placa: “Abraços grátis”. Eles saem abraçando as pessoas, enfrentam muitas vezes reações hostis, mas não desistem até conseguir alegria e confraternização. “Tem gente que passa e ri, outros abraçam rapidamente e seguem apressados, alguns entram no clima e sorriem”, descreve Rafaela. Um dia de 2006, navegando a esmo pela internet, ela conheceu a história do australiano Juan Mann, o homem que percorria as ruas de Sydney com um cartaz escrito “Free hugs”, distribuindo abraços, e ficou famoso mundo afora. A jovem decidiu repetir o gesto na maior cidade do país e hoje comanda um grupo de 30 pessoas, com idades entre 15 e 25 anos, que, convocados pela internet, se vestem de alegria e distribuem fraternidade entre sorrisos e brincadeiras. Rafaela conta que a idéia nasceu do desconforto de viver num tempo de desconfiança e estresse. “Foi um gesto bonito que copiei. Na maior parte do tempo, a gente não faz nada para melhorar a rotina, ninguém dá bom dia, pergunta como vai. Sempre acreditei que uma palavra pode mudar o mundo. Um abraço também. Todo mundo precisa de afeto”, ensina a estudante, que conta ter aprendido a importância do carinho na amargura pela separação de seus pais. “Tem gente que parece não ganhar um abraço há anos”, diz, contando que, muitas vezes, pessoas que não são do movimento resolvem se abraçar também, mobilizadas pelo clima. É quando a missão está cumprida.
Barreiras invisíveis
A um Brasil de distância dos abraços de Rafaela, a comunidade do Coque, nos arredores de Recife, também precisa de paz. Mas por lá, os caminhos são outros. Seus 50 mil habitantes – a maioria vivendo abaixo da linha da pobreza – sofrem com a marginalização causada pela imagem cristalizada do lugar como o reino da brutalidade. Fecha-se, então, a ciranda: ninguém ajuda porque é violento; é violento porque ninguém ajuda. Para quebrá-la, nasceu o Mabi – Movimento Arrebentando Barreiras Invisíveis, que promove ações culturais, produção de jornais e fanzines e oficinas de desenho e música. Um dos líderes da luta pela conscientização que derruba obstáculos que não se vê é Rafael da Silva Freitas, 17 anos. Há dois anos, ele integra a Etapas (Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social), ONG que organiza eventos e programas na região, espalhando cultura para remover a desesperança. “As pessoas querem coisas boas. Falta fazer”, constata ele, estudante do 2º ano do Ensino Médio, nascido no Coque, que trabalha como monitor da oficina de desenho. Rafael planeja estudar Design e Comunicação, mas jamais vai virar a página da solidariedade. “Quero continuar fazendo parte de movimentos como esse, porque eles são necessários”, diz. Para Marcos Rêner Francisco de Almeida, 22 anos, os obstáculos vão caindo enquanto ele prega seu aforismo particular: não existe diferença, não pode existir diferença – para que viver seja menos perigoso. Ator iniciante nascido em Campinas, Marcos é bissexual e no seu dia-a-dia encara muito preconceito. Sua arma: a serenidade. “Temos de encarar a homofobia, que ainda é forte no Brasil, e a única maneira é não responder no mesmo tom. Por mais ímpeto que se tenha”, diz, referindo-se à aversão às pessoas de orientação homossexual. Coordenador cultural da E-Camp, braço em Campinas da ONG E-Jovem, de combate à intolerância e ao preconceito contra os homossexuais, Marcos ensina teatro e usa sua arte como ferramenta para se impor como cidadão. Às vítimas de discriminação, ele aconselha o registro de ocorrência na polícia – porque não adianta absolver as instituições. “Pode até não adiantar muito, na prática, mas é nosso dever”, sublinha Marcos, que vive feliz com o pai e os irmãos, todos heterossexuais. No trabalho, já foi discriminado por um chefe. “Conversei com ele e meus argumentos foram ouvidos”, conta, aplicando sua própria receita.
Fé no diálogo
Consultar e conversar também tornou-se o caminho para a paz, na crença de Juliana Augusto Shams, 22 anos, integrante da juventude da Comunidade Bahá’í do Brasil. Criada na Pérsia (atual Irã), em 1844, a doutrina é um antídoto para as explosivas sociedades contemporâneas. Sem dogmas, rituais, clero ou sacerdócio, tem como objetivo a paz entre os homens e defende o senso de justiça como filosofia suprema. Sua tradução brasileira desembocou na solidariedade. Como o calendário bahá’í divide-se em meses de 19 dias, os dias que sobram, chamados intercalares, são dedicados a serviços para a humanidade. “Se as pessoas à nossa volta não estiverem bem, nós também não estamos”, entende Juliana. E ela não economiza. Moradora de São Carlos, no interior paulista, onde estuda engenharia agrônoma, participa de atividades que buscam o bem-estar social em asilos, dá aula de educação moral para crianças e, nos fins de semana, ministra cursos para adolescentes em escolas públicas. Ainda ensina jardinagem em comunidades populares de Piracicaba. “A fé bahá’í nos ensina a desenvolver a paciência, para juntos acharmos a verdade.” Assim, Juliana – mulher e filha de praticantes da religião persa – não se incomoda com os poucos amigos que ainda estranham suas convicções. A prática diária da paciência é o antídoto para eventuais esbarrões na discriminação. “Não ser igual a todo mundo gera atenção, mas acreditamos que juntos conseguiremos encontrar a verdade”, diz, com a certeza – ou fé – de que o mundo vai evoluir na direção do entendimento. Para Leandro Alves Lourenço, só fica melhor. Seus problemas começaram antes do nascimento, quando sua mãe fracassou ao tentar abortar a gravidez. É uma das razões possíveis para a tetraplegia parcial com a qual o estudante convive. Mas o que, a olho nu, parece tristeza virou, 21 anos depois, uma comovente história de superação. Além de cursar o primeiro ano do Ensino Médio, ele trabalha num colégio de Curitiba, sua cidade natal, e participa do Tribos da Paz, programa do Projeto Não-Violência, que dissemina a cultura da paz nas escolas paranaenses. Leandro entrou para a ONG dois anos atrás, depois de assistir a um encontro na sua escola. O debate explicitou a violência em seu conceito mais amplo – preconceito, ataques verbais, intolerância – e mobilizou o estudante. “Acredito no diálogo. Uma boa conversa resolve qualquer problema”, aposta ele, que na ONG integra o grupo de teatro. No fim de 2006, eles encenaram a peça “Escolhas”, história de um amor impossível entre um menino estudioso e uma integrante de gangue. “Interpreto um professor rigoroso, que não aceita diálogo, mas que no fim aprende a lição”, conta ele. Não é só no palco que Leandro transmite seus ensinamentos. Ele também luta pelo respeito aos deficientes e, apesar de viver numa das melhores cidades do país para portadores de problemas como o seu, sabe que há muito por fazer. “Se cada um cumprir com a sua parte, o mundo todo vai melhorar”, resume.
Preservar e cultivar
Esculpir, passo a passo, a consciência alheia, como prega Leandro, é trabalho que leva tempo – mas Maitê Ferreira Bernardes não tem pressa. Desde 2003, ela é integrante da Vida Urgente, campanha permanente de alerta aos jovens sobre a violência no trânsito. Maitê, 21 anos, não tem parentes para chorar na mortandade incessante das ruas e estradas brasileiras, e que afetam diretamente os jovens. Sabe, no entanto, da importância de conscientizar as pessoas da sua idade dos perigos ao volante. “No trânsito, os jovens também são um pouco sem noção”, constata. “Acham que tragédias só acontecem com os outros. Não pode.” A organização à qual a estudante está vinculada nasceu por causa de uma dessas catástrofes, a morte do jovem Thiago de Moraes Gonzaga, então com 18 anos, em maio de 1995, numa rua de Porto Alegre. Os pais dele criaram o Vida Urgente, que milita na área de segurança no trânsito. Maitê explica que o caminho não é o da repressão, longe disso. “Eu saio à noite, mas valorizo a segurança. É o que defendo com as pessoas nos bares onde realizamos o programa”, explica. “Para mim, é questão puramente cultural”, diz a estudante, que tem carteira de motorista, mas ainda não comprou carro. Agora, ela coordena um núcleo recém-criado na PUC gaúcha, onde cursa Psicologia e confirma o bem que o trabalho lhe fez. “Tenho orgulho de participar porque ganhei consciência dos perigos. Fica mais fácil para mobilizar os outros”, arremata. Numa outra ponta do Brasil, a baiana Eliandra Moreno dos Santos, 18 anos, faz o mesmo – mas pelo caminho da dança holística. Monitora do programa Arte pela Paz, da Fundação Terra Mirim, ela inicia outros jovens da escola ecológica, iniciativa que complementa o ensino público no Vale do Itamboatá, em Simões Filho, no Recôncavo Baiano. Eliandra mora em Dandá, comunidade quilombola vizinha à escola, onde conheceu o projeto de responsabilidade social, durante uma visita, ano e meio atrás. Num primeiro momento, achou aborrecido, não entendeu a importância daquilo. Mas depois se encantou. “Sou superfeliz por ter vindo aqui naquele dia. Adoro o que faço e vejo no rosto das pessoas como é bom para elas também”, observa a estudante do terceiro ano do ensino médio. Ela enxerga também mudanças em si mesma, no ritmo da solidariedade. “Mudei em casa. E estou mais falante e solícita. Antes, era tímida, calada, triste. Fazer o bem me fez bem”, festeja a estudante, na paz que pratica o tempo todo, na mais baiana alegria.
O Futuro é agora “Na comunidade onde eu vivo, o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, moram 140 mil pessoas, aproximadamente. Muita gente se assusta, quando vê o lugar, que fica na beira da Linha Vermelha, via expressa que leva do Aeroporto Internacional Tom Jobim à região mais rica do Rio. Todo mundo acha que lá só tem violência, bandidos e abandono. Não é assim. O censo do bairro Maré, feito em 2000, mostrou que os marginais não chegam a 2% da população. Somos quase todos trabalhadores. Eu procuro fazer minha parte, como coordenadora do jornal “O Cidadão”, produzido pelo Ceasm (Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré), com periodicidade mensal e tiragem de 30 mil exemplares. Estou no primeiro ano de Comunicação na PUC, onde quero aprimorar minha capacidade. Aprendi o valor da informação, como instrumento para aproximar comunidades de realidades semelhantes, mas que a violência afasta. Comecei no “Cidadão” há sete anos e devo ao trabalho meu amadurecimento como cidadã. Aprendi lá a importância da informação de qualidade, bem apurada e com a abordagem correta. Hoje tenho consciência de tudo que é violência: a falta do Estado, a poluição, o caos habitacional, o descaso, a insegurança. Sabemos o quanto precisamos batalhar pelos nossos direitos. Moro há 17 anos na Vila dos Pinheiros, com meu pai, minha madastra e quatro irmãos. Dá para notar a melhoria na auto-estima dos moradores. Antes, quase todo mundo dizia morar em Bonsucesso, o bairro mais próximo da Maré. Agora, muitos se dizem mareenses. Não temos que nos esconder.” Rosilene Matos, 24 anos, estuda jornalismo e vive no Complexo de Favelas da Maré, no Rio

sábado, 26 de janeiro de 2008

Questão de hábito

A mudança de atitudes cotidianas que prejudicam o ambiente não acompanha nossa conscientização sobre elas, mas os jovens têm mais facilidade para dar essa virada

Por Karina Yamamoto
Publicação Samir Raoni

Gastar menos água, diminuir a quantidade de lixo, consumir com consciência – essas mensagens, há tanto marteladas pelos ambientalistas, já se incorporaram ao nosso repertório daquelas que são consideradas ações corretas. No entanto, a mudança de comportamento que elas exigem ainda é tímida. Por quê? Segundo especialistas, em pedagogia e em ambientalismo, é preciso ter disposição para vencer esse caminho – curto, mas muitas vezes custoso – entre a consciência da necessidade de novos hábitos e a efetiva mudança de comportamento. Mudança que é decisiva quando se trata de preservar o meio ambiente e melhorar nossa qualidade de vida. De fato, a pesquisa nacional “O que Pensam os Brasileiros sobre Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade?”, realizada em 2006 pelo Instituto de Estudos da Religião e o Ministério do Meio Ambiente, em conjunto com o instituto Vox Populi, já indicava: “O crescimento da consciência – espantoso e animador – não é acompanhado na mesma medida de comportamentos que indiquem mudanças significativas de hábitos e atitudes”. Mas a dificuldade de mudar não é partilhada uniformemente pelo conjunto da sociedade. Existe uma importante parcela da população sensível a essa virada de atitude: as crianças e os jovens. “Eles têm uma prontidão maior, uma vez que seus hábitos ainda não estão consolidados”, diz Rose Marie Inojosa, membro da Rede Gandhi, uma associação de profissionais e interessados em difundir a cultura de paz entre os agentes promotores de saúde. “Na campanha contra a epidemia da dengue, em 2001, avaliamos que a ação dos pequenos e jovens fiscais nas casas foi essencial para o sucesso da empreitada da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo”, diz Rose. A assistente da área de Mobilização Social da ONG Akatu, que difunde o consumo consciente, Raquel Diniz, engrossa o coro: “Os jovens são fundamentais para o nosso trabalho”. Este ano, a entidade formalizou sua parceria com a Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo, para a realização do maior “trote” social do país, com a participação de cerca de dois mil calouros de 30 diferentes cursos. “Se sensibilizarmos o aluno quando ele está chegando na universidade, temos uma grande chance de que o profissional que sair de lá estará mais envolvido com a questão ambiental”.
Do pensamento à ação Para alguns pedagogos, uma das questões centrais do campo da educação – como conseguir que os alunos ou filhos adotem comportamentos sugeridos por pais e professores – pode ter grande impulso por meio de estratégias baseadas na chamada psicologia do compromisso. “Não é à toa que ela recebeu esse nome: estamos assumindo um contrato como educadores e convidamos os jovens a fazerem o mesmo”, diz Angela Maria de Oliveira Almeida, coordenadora do Laboratório de Psicologia Social do Desenvolvimento do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB). Partindo da idéia de “obter sem impor”, a pedagogia do compromisso tem como objetivo não apenas chegar a um resultado, mas fazer com que os agentes dessa mudança de comportamento tenham consciência do que estão fazendo e sejam comprometidos com esse outro jeito de agir. Há mais de 60 anos no campo de pesquisa de psicólogos e educadores, essas estratégias agora vêm sendo usadas com mais freqüência, uma vez que as técnicas se popularizaram, principalmente na Europa. Mas como não banalizar a técnica, confundindo conscientização para mudança de comportamento com manipulação pura e simples? “Na Europa, um autor como Robert Vincent Joule é um best-seller, mas como um manual de marketing”, diz a professora Angela. Para que isso não aconteça, ela faz questão de reforçar a importância da transparência dos objetivos do educador no momento de aplicar as técnicas. “O educador tem de explicitar a proposta. E cada indivíduo será o sujeito do contrato”, diz. Ou seja, ao tentar difundir mudanças de hábito, como fechar a torneira enquanto se escova os dentes, é preciso, sim, um discurso sobre a problemática da água e a urgência em deixar de desperdiçá-la. E quando se trata de jovens, o compromisso é ainda maior, pois é preciso dar a eles a oportunidade de discutir e questionar o que se propõe, um exercício vital para a formação de cidadãos.
Pouco para começarOs adeptos da pedagogia do compromisso lançam mão de uma técnica chamada de “primeiro passo”, elaborada em 1966 por uma dupla de pesquisadores americanos, Jonathan Freedman e Simon Fraser. Ela consiste em pedir, num primeiro momento, uma atitude simples, pouco custosa. E, só depois de obter essa pequena concessão, sugerir a mudança pretendida desde o início, ou seja, o comportamento esperado. Em uma de suas pesquisas para testar suas hipóteses, os dois estudiosos pediram a um grupo de donas de casa um pouco do seu tempo para responder a uma enquete sobre hábitos de consumo por telefone, antes de enviar um grupo de entrevistadores que iriam pedir para olhar armários e gavetas. O número de mulheres que aceitaram ter sua casa investigada foi duas vezes maior entre o grupo daquelas que já haviam respondido às questões por telefone. Na prática, os educadores usam muito essa técnica. Apesar de desconhecer a pedagogia do compromisso, Raquel Diniz, do Akatu, usa a mesma tática: “Depois de mostrar a relevância da questão do consumo consciente e da interdependência dos seres, partimos para a comprovação, por meio de cálculos emblemáticos que mostram como pequenos atos impactam o ambiente pelo acúmulo no decorrer do tempo”. Exemplo: cada latinha de alumínio que você manda para a reciclagem economiza energia elétrica para manter uma lâmpada de 100W acesa por 3,5 horas. O físico Gilson Coutinho Jr. também prefere começar a disseminar valores ecológicos de maneira mais branda. Professor aposentado da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), ele trabalhou nos últimos cinco anos no Centro de Estudos Ambientais, no campus de Rio Claro. “A conscientização é essencial. Se o público não quiser se preocupar com a humanidade, peço que pensem em seus filhos e netos”, diz o experiente educador. Engajado no programa Escola da Família, em que as instalações das escolas estaduais ficam à disposição da comunidade nos finais de semana, Gilson ajudou a confeccionar um pequeno equipamento para fazer sabão. E passou a pedir para que as donas de casa guardassem o óleo de cozinha que seria descartado para a produção do sabão caseiro. “Todo mundo se interessa pelo produto, mas aprende também que não é bom poluir as águas com aquele óleo que seria descartado”. Agora, ele e seus companheiros querem implantar um sistema de coleta de água da chuva na mesma escola. “Mas antes vamos fazer alguns cálculos para mostrar o impacto financeiro e, assim, reforçar a argumentação.”